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RESULTADOS FUNCEF: Novo Plano (BD) e REB (BD) atingem as metas, mas por que os outros planos não seguem o mesmo caminho?

A ANEAC e outras entidades participaram ontem (24), de uma reunião com a FUNCEF para a apresentação preliminar dos resultados de 2024. O encontro antecipou informações que serão divulgadas oficialmente ainda no primeiro trimestre de 2025.

A apresentação foi dividida em três partes, abordando a evolução do equacionamento, os indicadores financeiros dos planos de benefícios e os desempenhos individuais de cada carteira. Atualmente, a FUNCEF opera com um volume de R$ 6,1 bilhões em benefícios pagos no ano a cerca de 140 mil participantes.

O presidente da ANEAC, Luciano Macedo, destaca a importância dos resultados apresentados e os avanços obtidos ao longo do ano. No entanto, alerta para desafios ainda presentes, especialmente no que se refere à estratégia de investimentos. Segundo Macedo, os planos não alcançaram integralmente suas metas, sendo que, no caso do Novo Plano (CD), a rentabilidade foi inferior à metade da meta prevista, ficando abaixo do CDI e do IPCA. O cenário torna-se ainda mais desafiador diante do recente aumento da meta atuarial.

Sobre o equacionamento, avanços foram registrados em parceria com as entidades representativas. A participação da CAIXA na gestão do contencioso permitirá a implementação da nova estratégia já no início do próximo mês, com a iniciativa já aprovada pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e aguardando aval final da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).

Os planos da FUNCEF registraram superávit em 2024, um resultado positivo do ponto de vista administrativo e financeiro. No entanto, a performance poderia ter sido ainda melhor caso todos os investimentos tivessem sido direcionados para renda fixa e títulos públicos, conforme avaliação da ANEAC.

Algumas carteiras apresentaram perdas significativas em operações estruturadas, investimentos no exterior expostos à volatilidade cambial e em debêntures incentivadas, que registraram desempenho negativo superior a 10%, assim como a renda variável na B3.

No Novo Plano (CD), a rentabilidade foi de 4,61%, frente a uma meta estipulada de 9,87% e um CDI de 10,87%. O rendimento mais elevado nesse plano esteve atrelado a operações no exterior, expostas a risco cambial. Os investimentos que demonstraram maior estabilidade e melhor desempenho foram aqueles direcionados à renda fixa e aos empréstimos concedidos a participantes.

“Acompanhamos com preocupação a política de investimentos da FUNCEF. Os planos deveriam adotar uma estratégia uniforme, priorizando renda fixa e títulos do governo, como aqueles que atingiram as metas em 2024”, pondera Macedo, deixando ainda um questionamento a ser respondido: “Por que não repetir em todos os planos a estratégia do Novo Plano (BD) e do REB (BD) que estão atingindo resultados melhores?”

A discussão sobre as estratégias de investimento segue como pauta relevante para os participantes da FUNCEF e serão monitoradas de perto pela ANEAC para alcançar melhores resultados para seus associados e a todos os participantes do Fundo.