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ANEAC alerta para desafios e necessidade de mudanças no Saúde Caixa

As discussões em torno do Saúde Caixa voltaram à mesa de negociação conduzida pela CONTEC, com destaque para a necessidade de maior transparência e certificação dos dados que embasam as projeções do plano. Até o momento, as informações apresentadas apontam para déficit em 2025, caso sejam mantidos o atual formato de custeio e os índices que regem os custos de saúde no país.

O cenário preocupa não apenas pelo impacto imediato, mas também pela perspectiva de insustentabilidade em curto prazo. As despesas crescem ano após ano em ritmo superior ao das receitas, que já não são suficientes para garantir o equilíbrio do plano. A ausência de cumprimento, por parte da Caixa, da histórica proporção de custeio 70/30 é apontada como um dos fatores que mais pesam na deterioração do modelo.

Segundo Luciano Macedo, presidente da ANEAC, o problema, embora mais visível no Saúde Caixa, não é exclusivo. “Todos os planos nesse formato vêm enfrentando desafios semelhantes e acumulando déficits em suas carteiras. A Caixa precisa ampliar sua participação no custeio, mas essa medida isolada apenas postergará o problema. É preciso atuar com responsabilidade e construir soluções perenes”, afirma.

Atualmente, o Saúde Caixa cobre cerca de 278 mil vidas. No entanto, aproximadamente 40 mil beneficiários utilizam o plano sem contribuir, o que distorce seus princípios básicos e pressiona ainda mais a sustentabilidade. O resultado é uma evasão expressiva, ou seja, mais de 80 mil pessoas deixaram o plano nos últimos anos, optando por alternativas privadas.

Para a ANEAC, enfrentar esses números exige debate sério e soluções estruturais, que contemplem a participação de todos no custeio e garantam a perenidade e a qualidade do plano, não apenas para os empregados da ativa, mas também para aposentados que dependem do Saúde Caixa na fase em que mais precisam de segurança assistencial.

“Nosso dever é buscar alternativas que assegurem um plano sustentável, justo e de qualidade. O Saúde Caixa é um benefício fundamental e não pode continuar perdendo adesões por insatisfação e falta de equilíbrio financeiro”, conclui Luciano Macedo.