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01 de Abr. 2021

Especial Mês da Mulher: Rosalba Loureiro de Oliveira - Arquiteta e Urbanista

 

Rosalba Loureiro de Oliveira é arquiteta e urbanista. Divorciada, duas filhas, reside em Manaus (AM) e atua na GIHAB MN. Rosalba fala das dificuldades enfrentadas logo no início do home office com a busca de um lugar ideal e também do fortalecimento do relacionamento com as filhas.

“O primeiro desafio foi do espaço físico. Até encontrar um local/espaço adequado, foram quatro tentativas pela casa. Primeiro no quarto, mas não tinha espaço confortável e a internet não funcionava muito bem. Depois tentei na mesa de jantar, mas sempre precisava tirar e colocar o equipamento, já que ali realizávamos as refeições com a família. Num terceiro experimento, montei os equipamentos na bancada da TV da sala, mas não tinha ergonomia e conforto algum. Cogitei “dividir” o quarto com uma das minhas filhas para montar a estação de trabalho, porém avaliei ser melhor não interferir no conforto e mudar a rotina delas. Foi quando tive que adquirir mesa, cadeira e montar tudo na sala de casa, entre sofá e varanda, alterando todo o layout. Mas o maior conflito no início, talvez tenha sido me dividir entre o trabalho, o acompanhamento da rotina escolar e de crescimento das minhas filhas e os afazeres domésticos, pois tinha que executar todos praticamente concomitantemente.”


Produtividade

“Quando não se tem uma estrutura física e ergonômica adequadas, somada a dividir a atenção com as filhas e afazeres domésticos, a produtividade tende a ser prejudicada. E a cobrança maior existe sim! A pressão pode ser externa - já que no início acreditava-se que por estar trabalhando em casa haveria maior “facilidade” em desenvolver as atividades - ou interna, porque sempre achamos que é possível fazer mais. Por diversas ocasiões me peguei sentada trabalhando às 6h30 da manhã ou às 23h e ainda aos sábados e domingos. Contudo, acredito que existem perfis que se adequem perfeitamente a esse tipo de modalidade. Não vejo obstáculos, mas acredito que tudo deve ser bem definido e medido.”


 Impactos, conquistas

“Há impactos positivos e negativos nos três âmbitos. No profissional, podemos citar como positivo a autonomia em poder desenvolver uma atividade no seu tempo, mas como negativo, a sobrecarga e a perda da noção de horário. No emocional, a capacidade de gerir as próprias emoções, que por vezes ficam a flor da pele, é sempre um fator de engrandecimento e crescimento, mas quando você não consegue e se sente incapaz de resolver algumas das suas tarefas (profissionais, domésticas ou familiares), isso acaba interferindo. Tendo tudo isso em equilíbrio, o que não é uma tarefa tão fácil assim, a saúde acaba sendo favorecida ou prejudicada, portanto, precisamos sim pedir ajuda e saber falar quando precisar! Tive momentos de grande riqueza emocional ao lado das minhas filhas e muitos deles me fortaleceram. Estar próximo delas, desenvolvendo várias atividades ao longo do dia, que antes da pandemia só conseguia realizar após chegar em casa ou muitas vezes somente aos finais de semana, nos aproximou ainda mais! Ficamos muito mais amigas, compreendendo e acompanhando cada uma, as suas novas rotinas. Mas nem tudo foram flores nesse período. Com uma filha adolescente de 13 e outra de 9 anos, que só pensa em brincar, foi bem difícil controlar a ansiedade e explicar o porquê de tantas mudanças de rotina ou até mesmo no nosso espaço físico.”

Crescimento, percepções

“Como aprendizado, percebo que eu e outras grandes mulheres com quem pude dividir esses momentos, mesmo que virtualmente, são gigantes, grandiosas e muito mais fortes do que imaginam, tanto na área profissional como na pessoal, tendo a certeza de que somos muito maiores que qualquer desafio que nos é imposto! Também percebo o quão fundamental foi entender e redefinir muitas coisas através da ajuda da terapia feita por mim e pelas minhas filhas.

Com esse novo desafio, muitas de nós tivemos que nos reinventar, reorganizar e reestruturar, principalmente emocionalmente! Mas isso nunca foi sinônimo de desistir. Muito pelo contrário, os desafios sempre vêm para nos motivar e engrandecer, embora por vezes, nos surpreendam! Entretanto, como mulheres poderosas que somos, casadas, solteiras ou mães sempre sabemos para o que viemos nessa vida. E o meu desejo pra todas as mulheres - não apenas no dia 8 ou no mês de março, pois todos os dias são nossos sim, de muitas lutas e glórias - é que continuemos perseverantes, sábias, amorosas, maternais, fraternais, profissionais e principalmente senhoras dos seus destinos, por que mulher é o que ela quiser ser!”.





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